sexta-feira, 30 de abril de 2010

De noitinha!

Hoje à noite mais cedo, milagrosamente, eu me encontrava sentado na varanda de minha casa. E estava observando o céu. Sempre gostei das estrelas, sempre gostei de suas disposições sobre a tenda escurecida e sempre achei interessante o brilho que delas saem (saem??). E sentei pensando e pensando eu fiquei. E esses momentos são tão bons em nossas vidas, quando nos retiramos do 'agora' e vamos para outra dimensão. Onde esquecemos de tudo e de todos: das vizinhas fofoqueiras, dos amigos mal-amados, do chefe carrancudo, da nota baixa na prova, dos livros que o irmão mais novo rasgou. Esquecemos, literalmente, de tudo o que nos rodeia. E eu fico muito feliz com isso.
Eu costumo pensar muito quando estou fazendo caminhada. Nossa. Penso muito. Mas quando estou pensando nesse sentindo, eu não me sinto frizado dos sentimentos alheios. Eu estou presente ainda, eu estou com os pés no chão. Mas quando estou sozinho meu pés saem do plano. Quando eu fecho os olhos (mentalmente) eu me vejo numa superficie que me faz querer ser muito mais além do que já sou. Êxtase.
Aí sabe que de repente apareceu uma amiga(não convém dizer quem né?). E a primeira coisa que ela fez - e eu estava torcendo para que ela não fizesse - foi pegar uma cadeira e sentar do meu lado. Droga! Aí eu me liguei. Me acordei. Pousei.
Ouvi o bodejado das vizinhas fofoqueiras, ouvi as risadas das meninas que estão na fase da puberdade, ouvi o ronco das "mobiletes" dos carinhas que passam se enxerindo paras as meninas citadas, ouvi minha mãe brigando com meu irmão, mandando-o sair do meu quarto, ouvi meu celular tocar. E eu queria deixar isso de lado. Passo a semana toda numa correria tão grande. Trabalho, casa, aula,casa, trabalho, casa,aula,trabalho, aula,casa..... e o descanço fica pequenissimo no fim do dia. E as vezes ainda me coloco em frente ao computador. Porque aqui também me sinto mais distante deles. Me tranco, sou algo virtual, e que simplesmente pode escrever o que vier na telha.
Daí, que essa minha amiga começou a conversar comigo: - Ai hoje no trabalho foi tão cansativo. Teve a festa da fulana de tal, mas a sicrana disse que não ia porque terminou com o namorado, blá blá blá Whykas sachê... Eram palavras totalmente mal colocadas e que pra mim no momento não faziam o minimo sentido. Mas ela é esperta e ela viu que estava falando demais, e com retorno muito pequeno (balançando de cabeça positivamente):
- Tudo bem? Tá melhor da gripe?
- Ahãm, apenas uma congestão, mas tô bem.
- Tava pensando em quê?
- No céu. Na disposição deles.
- A lua tá linda né?
(eu não tinha notado a lua. Eu me prendi no brilho menor, nem tive tempo de contemplar a luz mais brilhante)
Aí olha o que pensei: As vezes, EU - Robério Marques -, penso tanto no sol, na sua forma, na sua disposição, na sua declinação, so seu intenso brilho, na sua extrema força, e a sua autissima temperatura também. Fiz um blog entitulado Palavras do Sol, tudo porque eu gosto dele. Mas hoje eu pensei na lua. Olha só: Brilhante, bonita, apaziguante, apaixonada, enamorada, controlada. A lua é totalmente o oposto do sol. À ela, eu posso comtemplar, posso ver sua posição, posso ver suas formas, posso sentir o seu calor mesmo não sentindo queimar a pele. então eu fiquei me perguntando ( e deixando a minha amiga de lado novamente) o porquê de ter escolhido o sol para ser o meu ator-coadjovante. E pensam que eu achei a resposta? Eu nem me esforcei!
Eu gosto dele, gosto da cor dele: Laranja intenso (no meu pensar). Aí eu lembrei uma vez lendo num blog de uma conhecida que nós, pessoas dos meios, escolhemos aquilo que parece ser de mais dificil acesso para comtemplar, para nos fazer feliz, para nos realizar. E é verdade, não acham?...
Aí meus pés planaram novamente e eu comecei a conversar com ela: como um rapaz normal! Combinamos diversas coisas, como a festa surpresa de um amigo no domingo (espero que ele não leia este post), como o que nós vamos preparar amanhã para o almoço (Feriado né? Eu, ela e minha mãe vamos fazer um "almoço especial" rsrs), e podemos conversar sobre as coisas que nos rodeam. Por um momento, um insignificante momento, me senti as vizinhas fofoqueiras falando da vida alheia. É interessante, mas não tão aguçador.
No fim de tudo, eu me levantei, tomei um remédio para gripe (acabou comigo essa semana) e vim pra cá. Desta vez, me exclui do mundo lá fora. Aqui é apenas eu e o quadrado com um Sistema Operacional na minha frente e por trás da porta, um mundo inteiro, uma vida toda, uma história totalmente incabada para eu decrifrar. Mas hoje não, agora eu quero ficar aqui, amanhã pensarei por onde irei começar


(A janelase encontra aberta, agora ponha-se nas pontas dos pés, dê um impulso de leve e comece a voar. Calma! Não faz isso em pé! Pode ser perigoso. Você pode fechar os olhos e imaginar, apenas imaginar)




,,amanhã, dia do trabalhador! Hahaha! Viva nós!'
inté mais...'


quarta-feira, 28 de abril de 2010

A corrente do bem!

Os sonhos realmente foram feito para serem sonhados. Um pensamento só vira real quando se é pensado. O mundo de fato só mudaria, de fato, se nós quisessimos que ele mudasse.
Hoje assisti "novamente" o filme A corrente do bem, mas em nenhuma das vezes me emocionei tanto quanto hoje. Lágrimas começaram a cair de meus olhos olhos sem cessar. E eu sabia que não eram lágrimas falsas, não eram lágrimas apenas pela trilha sonora que estava tocando na parte mais emocionante do filme. As minhas lágrimas era de me imaginar fazendo o que aquele jovem garoto "Trevor" tentou fazer - mudar a forma que as pessoas levam o mundo.
Para ser sensato, minhas lágrimas eram de tristeza, porque eu sei que no fundo de meus pensamentos, por inconstante momentos que tive, em nenhuma hipotese, eu poderia imaginar como seria um outro mundo, senão este que vivo.
As minhas lágrimas caiam sobre minha camisa por saber que milhões, bilhões de pessoas, assim como eu, se emocionaram da mesma forma como eu me emocionei, e ficaram se perguntando se teria dado certo, como deu para o jovem garoto- em partes- tentar mudar o mundo. Meio utópico não acham? rsrs
Ele pensou, assim como todos nós pensamos, mas ele fez algo muito diferente do que nós fazemos: ele colocou o que ele pensou em prática. Inocentemente, puritanicamente, talvez, mas assim ele o fez. A sua atitude me fez sentir-me menos evoluido. Mas me fez extasiar-me, ao saber que me emocionei com os rumos que as coisas levam.
Para alguns que lêem o post, podem pensar que é meio maluco o que eu estou dizendo, e pode até ser que seja meio maluco. Mas como havia dito há três meses atrás quando decidi 'reativar' o Palavras do Sol: - Aqui, postarei os sentimentos que me faça uma pessoa mais humana. Me elevei hoje, e isso me motivou em escrever aqui.
Minha cabeça no momento está como num relógio, vem um segundo, logo está no segundo segundo e sem prestar atenção o terceiro já se foi. Quando se dá conta o ciclo é fechado e o primeiro já está de preparando para dar tchau e e segundo dando espaço para o terceiro. O que é bom, os pensamentos fluem, mas se perdem no curtissimo tempo que tenho para expô-lo.
E os guardo, para uma proxima oportunidade de expô-los!.
Pensei em um outro texto, mas fica para uma outra hora, um outro momento. Por ora, essas abobrinhas mal cozidas bastam.
Abraços infindáveis, aos meus antigos, aos meus presentes, e ao meus novos amigos imaginários! Que a colheita de pensamentos, assim como é para mim, seja frutíferas para vós!

(A luz du tunel uma hora vai aparecer, vai se acender, mas para que a mesma aconteça, nós temos que continuar a caminhar, sem parar, e sempre de olhos abertos, para percebermos onde essa luz se encontra, para que aí possamos ligá-la. Uma luz nunca é acessa, quando nós não acendemos a mesma. Fica a deixa)


... bis gleich!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

.-*-


(Saibamos nós comtemplar as lagartas em nossas vidas, não pelo o que ela possam representar, mas pelo o que elas demonstram ser. Porque, mesmo as borboletas sendo a rainha do baile, a graciosa, a esplendida, um dia ela foi a lagarta e aprendeu a viver como lagarta e só após de aprender uma parte de sua vida, pôde evoluir para uma nova vida. uma vida mais bela, mais alegre, sempre aprendendo sobre si mesma e consigo mesma. Não façamos nós seres arrependidos quando a lagarta for embora e só então percebamos quão preciosa ela era para nós. Não esperemos as borboletas, telefonar-lhe-emos para as lagartas! Me orgulho eu de ser uma lagarta. Um dia ainda ei de erguer meu voou)


Inté mais... R.Marques

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Caixa dos plug’s.

Ele tinha chegado em casa após um longo dia de atividade - não tão diferente dos outros dias, passara o dia todo fora, no trabalho e após o trabalho à faculdade. Chegava em casa exausto, e diferente de muitos, não pensava em ir para cama.
Entrou, cumprimentou os pais e foi para o seu sagrado banho. Conversou um pouco com os pais sobre os problemas do trabalho e disse que possivelmente teria que fazer uma breve viagem, de no máximo três dias.
Após o termino da noticia, foi para o computador. Mesmo passando o dia todo utilizando a ferramenta no trabalho e realizando atividades na faculdade, nunca era demais dar uma mexida no seu próprio computador e navegar um pouco na internet.
Inicializou normalmente. O normalmente dele era uns 10 minutos. Afinal de contas, era um computador meio velho. Então o Sistema Operacional já estava um pouco “enferrujado”. Clicou no navegador que havia baixado, porque odiava o que o povo padronizava. Tinha a raposa vermelha. Era bem prático e muito seguro. Definitivamente, achara ele, ser o navegador melhor. Dava de dez a zero nos outros.
O problema é que a página inicial não inicializava. E isso não era normal. E para seu desânimo apareceu que havia ocorrido um erro na conexão.
- Como assim? Indagou a si mesmo.
Apertou a tecla de comando F5 para atualizar a página e ver se a conexão havia voltado. Mas nada, além da mensagem tão irritante no meio da tela, afirmando mais uma vez que a conexão havia falhado. Isso não era normal e ele meio que começou a ficar intrigado com a situação. Mas ele saberia domar o assunto. Voltou-se ao modem e verificou se o led do DSL estava aceso. Não estava.
- Ahãm, eis o problema! Mais uma vez indagou a si mesmo.
Desligou o modem e aguardou os dez segundos que dizem ser necessário para o mesmo iniciar normalmente. Esperou quase um minuto. Power. Nada de DSL aceso. Fez o procedimento umas tantas outras vez.
- O que tá acontecendo? Será que algum resistor queimou?
Ele estava apreensivo. Não podia ficar uma noite sem ter acesso ao seu mundo virtual, aos sites de relacionamentos, a tudo que tinha acesso na web. Ele tentou vários métodos para tentar funcionar, mas nada resolvia o seu problema. Vai ver é problema do provedor, pensou ele.
Mas ele não poderia passar a noite sem ter acesso ao HTML, ao portal 80, às URL’s. Ele tinha que achar o defeito. Mas já se ia quase uma hora de tentativa. Hora essa ser a de costume acesso. Já eram quase zero hora do outro dia e ele tinha que dormir. Dormir sem acessar? Acho que ele já estava aceitando o fato.
Olhou novamente o modem, desligou e ligou. Nada de DSL. O modem levou uma pancada. E ele apertou o botão desligar do teclado. Com raiva, desligou o estabilizador e foi para a cama. Ligou a TV e contentou-se, por pouco em assistir a ultima parte do filme que estava passando.
Dormiu. E sentiu nos olhos a claridão. Era dia e ele tinha que iniciar novamente a sua rotina. Mas o problema com a sua internet não saia de sua cabeça. Tinha que ligar para a central de atendimento. Ele odiava ligar. Passava uma eternidade para ser atendido e nem sempre o problema era resolvido.
Foi para cozinha, sua mãe estava lhe preparando o café matinal e ele comentou o que havia ocorrido na noite passada e que teria que ligar para a central. A sua mãe fitou-o e perguntou se ele havia conferido a caixa do plug na parede. Onde tinham a fiação do telefone e do modem.
- Ontem a noite seu pai estava com dor de cabeça e eu retirei os plug’s para o telefone não tocar.
Nossa, ele ficou boquiaberto. Uma coisa tão simples que era desplugar no próprio telefone. Mas pra que tirar todos os plug’s da caixa? Como não verifiquei a caixa dos plug’s? Um problema tão simples de se resolver.
O dia passou-se e ele passou-o a se perguntar como não havia pensado em verificar a caixa dos plug’s. Chegou em casa, como de costume cumprimentou os pais, tomou banho, jantou e foi para o computador. E desta vez verificou antes a caixa dos plug’s. Acessou a internet durante uma hora e foi dormir. Pronto para o próximo dia.


inté maiis.



terça-feira, 20 de abril de 2010

Ela merece a postagem!

Na pavimentada!

Ela saiu de casa bem cedo, com o seu guarda-chuva. A chuva estava tão cruel que ela precisava mesmo dobrar as calças. Sua roupa era toda social, estava indo para o trabalho, e não era nada agradavel ter a chuva logo no inicio do dia.
Pegou o ônibus, como de costume, lotado. As pessoas, assim como ela, estavam molhadas da chuva e também estavam segurando os guarda-chuvas. A água de uma guarda-chuva escorria e estava pigando na sandália dela. Mas que diferença fazia? Ela estava molhada. O importante é que estava indo para o trabalho e com certeza iria chegar à tempo.
Bom, chegou atrasada, por sinal. Parece que em dia de chuva o transito fica horrivel. E nossa, ela ficou louca no 2° ônibus. Porque ela viu que iria chegar atrasada e ela sabia também que não poderia chegar atrasado. Ela sabia de muitas coisas, por isso o trabalho se tornou-se tolerável com ela.
Mas o chefe ralhou-lhe e pediu para que ela tivesse mais pontualidade: - Como se eu não tivesse. Eu tenho culpa do trânsito ser uma porcaria! Sentou-se, emburrada, molhada e atrasada. Ela nem havia começado o seu dia direito e já tinha motivos de sobra para encerrá-lo.
A manhã foi modorrenta e só veio melhorar as coisas após horário de descanso. Ah! Mas foi tão curtinho a melhora. O chefe entrou na sala, soltando mil e umas conclusões sobre a coitada. Dizia ele que ela era irreponsável, que ela não sabia distinguir o que era um fulano do sicrano e que agora ela teria que reparar o erro que havia cometido. Ela errou mesmo. Estava convicta disto e pô-se a desfazer o erro. A reparar, melhor dizendo. Foi complicado, frustrante e chateante. Todos os três ao mesmo tempo, e isso tomou-lhe as forças.
Pedia a Deus que viesse logo o cair da tarde, para poder ir para o único cantinho onde tinha tranquilidade, o único cantinho que podia descansar.
Mas o tempo estava contra ela e estava lhe deixando atordoada. De dez em dez "milésimos" ela voltava a vista para o relógio e descobria que o tempo estava mesmo brincando com ela e que hoje deu para ser malvado.
Mas soube vencer-lhe. Obvio: aguardou ele cansar de zuar com a cara dela e quando viu, já era hora de encerrar o terrivel expediente. Em que, mesmo sendo o dia todo numa mesa aborrotada de papeis sobre papeis, tirou-lhe todo o seu esforço mental. E isso abalava o fisico também.
Agora estava em pé, sobre a para de ônibus rezando a Deus uma Ave Maria para que houvesse uma cadeira para ela se sentar. E havia mesmo. Ela agradeceu e sentou-se com tanto prazer. Mas ela viu ao longe a velhinha. Tadinha, tão cansada. Não, ela não estava pensando na velhinha, estava pensando em si mesmo. Mas sabia o que havia de fazer. O caminho para casa era longe e agora ela estava em pé. Ao menos a velhinha pediu-lhes as coisas que estava sobre seus braços.
O ônibus estava na avenida principal, logo logo chegaria em sua casa e descansaria: era tudo o que ela mais queria. Mas ele parou, era o sinal talvez. O motorista desceu, e de repente ele pediu para que todos saíssem. Ela não acreditou que isso estava acontecendo com ela e acompanhando a multidão, desceu também.
O motor do ônibus teria dado algum defeito, segundo o proprio motorista e que eles deveriam aguardar um novo ônibus: - Minha Nossa Senhora, mas se esse tá lotado, imagina o que vai vir. Vai lotar mais ainda; era o que as pessoas estavam murmurando. E ela sentou no "parapeito" da estrada. Com as mãos entre os joelhos. Ficou lá, esperando o outro ônibus, com uma expressão de cansaço.
O rapaz estava na parte pavimentada da avenida, fazendo, como de costume, seu coupper e se deparou com a imagem daquela mulher. Com a fisionomia tão cansada, tão destruída. Sentada alí, com o ônibus no 'prego', aguardando outro ônibus lotado vir lhe pegar. Ele imaginou em quão arduo foi o seu dia e que agora, tudo o que lhe restava era sua cama limpa e seca. Mas olha só que injustiça, ela estava lá, cansada e esperando outro ônibus.
Ele viu aquela cena e pensou: - Eu acho que vou por isso no meu blog. E assim fez. Foi com aquela história desde o momento que viu aquela mulher, tão distante de todos. E ao chegar em casa, parou em frente ao seu computador e ao logar no blog, começou a imaginar como teria sido o dia dela. E na verdade, ele não pensou muito no final. Acho que o mais interessante estava no que havia deixado ela assim. E ele sabia que dias iguais aqueles viriam outras vezes e ela, desamparada, seria novamente aquela mulher tão distante de tudo e de todos. E ele sabia também que ao chegar em casa o que ela mais queria era dormir, esquecer o dia que teve e pular para o proximo. E torcer, para que o proximo não seja tão ruim quanto este foi, torcer!
Ele achou que deveria fazer isso por ela. E fez. Porque ele é meio doidinho e pensa demais nas coisas alheias!

.
(Vivemos, as vezes, ao redor de coisas tão grandes, de coisas tão cheias de si, que é como se elas nos apagassem, nos deixassem menores. As vezes nos distanciamos, somos outras pessoas, temos outras ações. As vezes porque estamos tão delibitados mentalmente que não conseguimos nem ao menos pensar em 'pensar', ou vezes, muito regular, porque perdemos nossas forças fisicas para querer lutar por algo que nos faça bem e querer lutar para sermos algo "...que nos faça bem". O cansaço nos vence, não porque somos fracos, mas porque nos rendemos à ele.)

inté mais... :)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pane no Sistema!

Por falta de tempo, há alguns meses eu não sei o que é assistir ao noticiário na televisão. Uma pena. Eu gosto de me sentir atualizado das noticias do mundo: é cada coisa louca que acontece né?
Aí, já que não dá pra assistir ao noticiário, eu vou para os portais de noticias. Eu, de preferência, vou para o R7. E eu vi nessa segunda-feira o pane dos voos né?

Nossa, muitos voos cancelados por causa de "uma erupçãozinha" numa geleria da Islândia que nem o nome eu sei falar. Sente só: Eyjafjallajokull kkkkkkkkk aiai
Daí, que tem todo aquele escândalo de pedofilia dos padres "traçando" (uma forma bem vulgar de tratar do assunto, eu sei) os coroinhas. Noutra tarde eu estava conversando com uma mulher que mora aqui na vizinhança e ela estava me mostrando o quanto ela abomina esses padres que comentem tais atos. Eu, não sei se é certo julgar. Claro que criamos os nossos pontos de vistas, os nossos julgamentos. Eu não sei! Acho que eles têm um motivo, muito triste por sinal, para virem a cometer tais ações. E eu tava pensando: As vezes os pobres coitados nem sabem porque fazem isso. Mas nossa mente é uma cobra traiçoeira né? E as vezes cometemos erros, que apesar de sabermos que é errado, nós fazemos. Eles erraram sim, e isso no olho da sociedade é algo inexplicavelmente terrivel. E é né? Mas eu é que não vou perder meu tempo criando julgamentos por conta dos erros alheios. Eles erraram, eles pagam pelos erros. rsrs Mas claro que não é tão simples assim. Especulam e armam um uma tenda, montam o picadeiro e fica pareçenco mais um circo. Que seja. Foi apenas uma noticia que estava bombando por lá e que me chamou atenção!
Aí teve também o terremoto na China né? Há cinco dias atrás. Já são mais de 2.000 mortos. O terremoto teve uma magnitude de 6.9. Homens, mulheres e crianças foram incenerados pelos os monges, para evitar o contágio de epidemia entre os sobreviventes. Que tenhamos compaixão das vitimas e que tomemos um tempo para sentir o pesar da perda dos que sobreviveram e rezarmos para os que não conseguiram se salvar. O mundo está em pane! O sistema está entrando em pane, se é que já não entrou...
Bom, entretudo, hoje foi um dia normal, tive três provas de alemão bem sucedidas e peguei uma dor de cabeça terrivel. Mas agora de noite o meu humor estava impecavel. pronto pra outra!
Amanhã será um novo dia. Amanhã seremos novas pessoas, umas piores, umas melhores, outras apenas serão elas. Não vamos esperar muito dos outros. Porque eles podem esperar de você e não haver a correspondência. Espere algo bom de você. Faça algo bom em você.

Algo que eu já sabia, mas reforçei no ultimo FDs: As vezes temos que deixar a diversão de lado e nos focar nas responsabilidades. As vezes elas, quando realizadas com sucesso, nos fazem bem, e nos fazem sentir vontade de diversão. Então sinta-se responsável. Faça a tarefinha de casa, execute suas tarefas, seja um bom funcionário, seja uma boa pessoa (você saberá o seu limite para o "boa pessoa"). No final, nós saberemos que evoluimos e que valeu apena dizer não para a diversão num domingo de sol e se fazer mais responsável!...


(Criança descansa em sofá no meio de escombros do terremoto que atingiu o noroeste da China; mortos passam de 2.000, segundo o último balanço oficial)

sei que foi só por um dia, mas eu sinto falta da Madá! *-*
inté mais.



domingo, 18 de abril de 2010


O mundo é uma grande catastrofe.
E eu nele, definitivamente, aumenta o contraste!



(sem criatividade, mas senti a necessidade de colocar esta postagem! uiia, rimou)

A menor de todas, até hoje!


inté mais

segunda-feira, 12 de abril de 2010

AMIGOS, COM CAPS LOCK!

Muitas coisas acontecem em nossas vidas de uma forma tão mágica que não sabemos explicar o como ou o porquê do acontecido. Apenas ficamos extasiados com a alegria do momento, e não ligamos muito para o que pode vir tornar a ser no proximo dia.
E a vida tem me proporcinado tudo isso em um tão minusculo espaço de tempo que as vezes eu tento recuar, mas é de eu recuar? Não. Eu ergo a cabeça, ACREDITO no que estou ganhando na hora e faço a aposta comigo mesmo, um torcendo para que dê tudo certo e o outro sempre tão pessimista que me dar nauseas... Esse meu lado negativo só quer ser as "pregas" de tão chato. Não me sinto confortável com ele, mas sei que ele me completa né? Tanto faz.
Ultimamente, a vida tem me presenteado com presentes verdadeiramentes raros: Amigos. Sei que alguns não acreditam que possa de fato ter a existência de amigos e que eles muito menos, não influenciam em nada nas suas escolhas. Eu acredito sim que tenho amigos, porque os sinto e isso já é o que basta e eles podem não me enfluenciar nos meus atos, nas minhas escolhas e nos meu momentos de crise, mas eles sempre estão lá, pra dizer pelo menos que estão ao meu lado.. E isso definitivamente é um presente de Deus: AMIGOS!.
Não tenho mais muito a dizer. Ando com a mente meio limitada para falar de mim mesmo. Então eu criei um texto (na verdade vou criar agora \o'), bem louco, mas que foi veridico! rsrs

Num Sabádo aí!...

Os dois estavam de braços dados e andavam tão juntos, que era como se fossem uma só pessoa. Ela era tudo o que ele sempre procurava e ele era como se fosse um sorriso à mais para o tão meigo rosto dela. Para ele, tudo era muito novo e isso o deixou muito feliz, porque estava saindo de um mundo seu e passou a conhecer o mundo dela. Passou a conhecer mais a história dela.
Estavam tão abraçadinhos, tentando fugir dos respingos das nuvens que estavam os ameaçando com uma severa chuva, com um pequenino e verde guarda-chuva .
Mas eles nem ligavam para os respingos e muito menos se o guarda-chuva estava pequenino demais. Eles estavam juntos, e isso já era o bastante para eles. Ele aceitou o pedido dela e agora os dois estavam caminhando, e conversando, e falando coisas sem nexos para os que passavam e ouviam, mas que para eles era motivo de ter aquele tão gostoso sorriso na cara e soltar aquela tão gostosa risada. O mundo era dela, os amigos eram dela, a paróquia era dela e o guarda-chuva também: Ela encontrou uma amiga e a ajudou. Ofereceu o guarda-chuva pequenino para a menina que estava já encharcadinha, e foi um ato heroico, porque a menina estava com a pranchinha quase desfeita. Hã, elas foram conversando e ele foi deixado de lado, do lado de fora do pequenino guarda-chuva, levando os respingos de chuva. Mas nem importava, porque ele sabia que a menina estava mesmo precisando mais do guarda-chuva que ele e ele meio que gostava dos respingos de chuva. Andavam, não apenas dois conhecidos e um intruso, mas sim, três amigos. Ele é desenrolado e soube fingir que conhecia a irmã na menina tanto quanto a outra! Pronto. Fizeram o que haviam prometido, porque são compassivos, porque são nobres e porque gostam de ajudar a quem precisa (ironia, talvez). Voltaram ao caminho inicial e desta vez estavam a mirar a lua: Ambos adimiravam a cor com que o grande astro de aprensetava. Ela disse: Azul como o céu. Ele indagou em seguida: Vermelho como o sangue. Perderam a sincronia mesmo olhando para a mesma lua, os olhares não se encontraram ea sintonia perdeu a conexão. Mas isso não foi motivo para constrangimento. Eles riram e deixaram claro que até nos momento menos legais eles sabem o que é ter um ao outro num pequenino guarda-chuva. Chegaram na paróquia, o padre não estava, mas isso já não é novidade: Padre é igual a noiva no casamento, sempre chega atrasado.
Estavam voltando para a casa dela, cantando, rindo, conversando, e como sempre, mais ajuda. Um bêbado querendo ir ao Timbó, certo? E ele estava muito bêbado mesmo. Ele pegava nela e ela muito prestativa só queria ajudá-lo. Mas o rapaz só queria ir mais rápido, apesar de achar a situação bem engraçada. O Bêbado deixou-os e foi importunar tantos outros. As vezes o que vale é a boa intenção de ajudar, e ela teve sim. Ele se torna melhor na presença dela.
Chegaram na tão humilde e aconchegante casa que ela vivia com o seu irmão e o rapaz apesar de estar lá pela primeira vez já se sentia na propria casa. Abriu a geladeira, bebeu água - pensou em beber na boca da garrafa, mas repensou e não fez, porque ele tinha bons modos - e foi ao banheiro lavar os pés com lama. Cantarolava, porque estava feliz, porque a presença dela o deixava feliz. Conheceu a cunhada dela e ela o chamou de timido. Mas na verdade ele não era timido, ele só ficou timido.
Montaram no "Corsel", mas o rapaz era desengoçado, e quase que beirava para cair, mas ela com o sorrisão, sempre ficava perto dele para ajudar. Ele é um desastre abulante, mas estava gostando de pedalar no "Corsel" dela, apesar de ser um pouco baixo. Foram em busca de novas aventuras e ela queria apresentar um outra pessoa à ele. Uma pessoa muito especial, sua avó. Mas ela aprensentou uma outra amiga, que deixou o rapaz maravilhado também. Ele achou que aquele mundo, em que aquelas garotas viviam era um mundo muito perfeito e que no mundo dele, faltava pessoas daquele jeito. Não sei bem se ele está certo ou não, mas ele realmente gostou de estar presente no mundo delas.
Estava chovendo e eles só queriam conversar mais e mais, e dançar e brincar e cantar... Mas a hora dizia que já era tempo de voltar ao mundo dele, que já era hora de voltar ao seu modorrento mundo. Mas ele no fundo,. no fundo, estava feliz. Porque sabe que outros dias como aqueles irão acontecer. Ele e ela montaram no "Corsel" novamente e se despediram da outra menina, da outra tão agradavel companhia e foram em rumo ao destino do rapaz.
Esperaram um pouco, e mais um pouco. Uns passavm e olhavam, outros corriam devido a chuva, e eles lá, de mãos dadas, esperando a carona dele chegar. E quando chegou eles se olharam e se abraçaram. Ela encostou o rosto no ombro dele e o agarrou com todo carinho. Ele retribuiu, agradecendo a Deus por ter-lhe concedido um presente tão lindo que era aquela amizade.
Eles eram amigos. Amigos que se amam de verdade. Porque mesmo em momentos como esses, em que o amor é tão grande, e pensamos que eles são o casal que viverão felizes para sempre, eles são grandes amigos que se amam e querem bem um ao outro.
Ele se despediu e prometeu voltar. Ela olhava ele indo e sorrindo, deu-lhe uma piscadela. Ele sentou, abriu a janela, sentiu o vento forte sobre o rosto, mas não pode mais dar um utlimo tchau. Já estava longe demais. Mas saberia que ele logo logo iria reencontrá-la...



(à uma amiga, que no capricho de um sábado incrivel me fez sentir a melhor pessoa do mundo... Espero que tenha sido de bom grado.)


aos demais, inté mais. ;)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

...

Já estava no entardaecer e ele se encontrava naquele banco, tão esplendido, tão pálido, tão lúcido de si. Estava olhando o sol encolher por entre as nuvens avermelhadas. Observando, assim como em tantas outras tarde, o vento a xaqualhar as folhas do velho Pinheiro.
Ele adorava o cheiro da grama e de sentir a maciez em seus pés e isso lhe deixava muito calmo, mais do que já costumava ser. E não tão diferente desta tarde, eleestava lá, apenas sentado e observando aquelas outras pessoas, com aqueles outros trajes, com uma paciência semelhante a dele.
Ele sentia nelas o que ele sentia em si mesmo, um vazio, um nada. Mas isso não o incomodava, porque ele sabia que mais do que tudo, mais do que todos, ele era diferente de todo resto. E era apenas isso que importava.
Ficava se perguntando se na proxima manhã ele iria ver o sol novamente e sentia falta de não ter a necessidade de se preocupar com o amanhã - porque ele apenas vivia o hoje. Mas ele não era mais aquele cara, ele havia crescido, ele havia feito escolhas, algumas dolorosas e tristemente erradas, outras porém, tão bem escolhidas que lhe proporcinaram uma alegria tão esplêndida, que nunca, nunca poderá esquecer de quão alegre ele foi capaz de ser.
Mas ele sabia que não era mais o mesmo homem. Porque agora ele se preocupava com o amanhã e pensava. Pensava em como era bom ter uma família, ou melhor, em como foi bom ter uma família. Ter uma casa de verdade, ter uma esposa, uma filha, ou quem sabe um filho. Ele nem sabia mais de sua propria existencia e isso o deixava amargurado.
Sentia-se perdido, apesar de estar sentado naquele banco há tantos anos, ele se sentia perdido toda vez que chegava o entardecer e ele via que a sua existencia estava se extinguindo cada vez mais. Sentia-se amedrontado e saberia que não tinha mais ninguém por ele, apenas ele - mas estava perdido.
Estava olhando mesmo para as outras pessoas e ele sabia que tudo o que acontecey na sua vida não foi em vão. Ele viveu, ele conheceu tudo o que pode, ele amou a todos que conseguiu, ele sorriu, ele foi quem ele realmente queria ser. As vezes omitia fatos, mentia, era sincero, mas ele sabia que já havia vivido e quando se certificava disso, ele não se sentia mais perdido.
Porque apesar de sentir que o tempo havia passado, ele não parou no tempo, ele passou juntinho à ele. E isso o fez estar lá, naquele velho banco, olhando aquelas velhas pessoas, olhando para aquele velho sol e agora se perguntava não se veria o amanhã, mas sim quantos amanhãs ainda seria capaz de ver.


(... eu não gostaria de estar sentado neste banco, porque não gosto de me imaginar velho, muito menos solitário, e eu sei que esse é um futuro óbvio para muitos, inclusivo à mim. Nem sempre. Mas, eu só não queria ter que viver uma vida toda e no final ter pensado que a vida que vivi não valeu pra nada)

... foi criado assim, num pensamento rápido. As vezes é assim que acontece, rapidamente. E tive sorte de estár logado no PS.

inté mais!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Es war einmal...

Hoje são sete de Abril e eu tenho tantas coisas em mentes para colocar que parece que há um bloqueio impatando de todas as palavras sairem...
E eu odeiio isso, porque queria escrever uma 'ruma' de coisa, mas não consigo. Então fico aqui, escrevendo coisas repetitivas...
Algo novo: Eu peguei uma micose no ombro após colocar uma tattoo de Renna. É o fim! Estou em tratamento dermatologico.. (eu tive tempo de ir no médico \o'), bom, pelo menos é um problema a menos.
Tem o lance com a minha garganta que está incomodando. Tenho que ir num Otorrino (eu acho) e fazer uma laraposcopia, ou alguma coisa que seja. Aff' é muita coisa para uma pessoa só.
No trabalho está indo bem! Bem movimentado e cansatiivo. kkkkkkkkk Trabalhando em dobro e com reconhecimento praticamente nulo, mas eu supero isso e o cagão do meu chefe...
Eu disse que minhas provas do Deutsch estão chegando? Ah! Meine Deutschlehrerin sagt: Vocês tem algum problema com o generos dos substatantivos? - e ainda complementou: Bom, porque se tiverem, Es war einmal. --' Era uma vez um estudante de Alemão...
Und das finde ich nicht, nicht so gut.. Ah! Que chato! Terei cinco provas ao decorrer da proxima semana.. E ainda tenho que atrás dos meus Razonetes.. Aiai papagai.
Tô indo fazer minhas caminhadas. Estou perdendo novamente os pesos que recuperei na semana santa..
E esse post é apenas uma atualização de minha vida né? Quem disse que não era pra ser assim? Rumm. Se algum amigo imaginári oreclamar, leva um cascudo...
Der Punkt/ The point/ A questão: As vezes quando pensamos muito acabamos não pensando nada, porque acabamos escolhendo as coisas, não porque pensamos, mas porque achamos que é o certo a ser tomado. Ou seja, acabamos por não pensar em nada.... kkkkkkkkkk Deixa pra lá, vai no site Reflexão e Emoção e lá tu entende melhor. Eu me perdi na "simbioze" (é o novo) e adoro essa parte! lilili. Fliegen in die Helmann's...
Ah! Falando em Helmann's, vocês sabiam que é uma criação dos Alemãos? E que para os caras de bundas que só sabem falar inglês (nada contra) e que pensam que todos os produtos industrializados tem origem inglesa ou americana (que seja), o nome Helmann's não é Homem do Inferno (quebrei o tabu né?).. rsrs, na verdade, na sua origem ORIGINALL, bedeutet (significa) Homem Branco. --' É, homem Branco. Agora advinha em que periodo foi criado essa pasta tão deliciosa? Yei, na Alemanha Nazista, em 1940, bando de povo preconceituosos né?. É isso povo fino, pensam que vocês não comem comida alemã é? Palavras do Sol também é cultura..



Hum, eu acho que eles comeram do Homem Branco que eles mesmos criaram.. ;D
kkkkkkkkkkkkkk, bolei aqui.


...fico por aqui, inté a proxima!

sábado, 3 de abril de 2010

PROJETO R.M.





- CAPÍTULO UM -
RUA NORTE

A rua era deserta, nada se ouvia ou se via além dos assobios que o vento produzia por entre as calhas da Rua Norte. No verão continha jardins bem cuidados, com diversos tipos de roseiras, que davam um verdadeiro espetáculo de beleza e de cores; o gramado era cortado excelentemente bem e dava as casas de ambas às extremidades um tom de meiguice e ao mesmo tempo de metodismo; as caixas de correios eram pintadas e ficavam com um tom vívido, as varandas das casas possuíam cadeiras, bem acolchoadas, para receber visitas.
Mas era Outono de 2009, o clima estava extremamente gélido e seco em todo o país, ao menos pelas noites. Não havia um arbusto sequer entre os parapeitos das casas. Não havia nem ao menos uma orquídea estranguladora entre os grandes Pinheiros, que por sua vez, não havia folhas e muito menos estavam modelados em formas quadráticas; as caixas de correio já haviam perdido as cores e agora eram apenas caixas de madeira velha contendo fungos demais; as varandas das casas estavam vazias, sem um móvel por perto, sem nem ao menos um tapete de “Bem-vindo”, pois não havia visitas naqueles tempos, era como se as pessoas hibernassem na tão velha Inglaterra. Todos já haviam se recolhido para se aquecerem entre a lareira da sala de estar, menos uma pessoa ao final da rua Grisólia.
Era velha, com um carrinho de supermercado superlotado de tralhas e outras coisas que catara durante o dia. Uma velha moradora da Rua Mineis, do outro lado da Rua Norte. Vinha ocultando os passos pelas neblinas e cantarolando com os lábios ressequidos uma canção desconhecida; suas pernas pareciam dois nós de veias quebradas devido à velhice e a cabeça era de um tom extremamente opaco. Vinha em direção à Rua Norte para tomar logo em seguida um beco que dava acesso ao velho casebre que morava fazia anos.
Foi penosa a caminhada até a esquina das duas ruas até que seus passos cessaram ininterruptamente e estava avistando ao longe, não muito que uns quinze à vinte metros de distância algo realmente grande. De inicio não sabia se o que estava vendo era de fato verdade, ou se seus olhos míopes estavam a lhe pregar uma peça. Ficou parada, imaginando o que seria aquele grande entulho jogado ali, no final da rua.
“Um bêbado? Melhor nem passar por perto”, pensara ela. Mas um impulso de coragem e curiosidade foi puxando-a mais para perto, para bisbilhotar o que era de fato. Aproximou-se e hesitou um pouco ao perceber que de fato era um homem que se encontrava lá, naquele caminho deserto e escuro. Tentou bisbilhotar o máximo que pôde, mas a imagem estava longe demais, o que, ocasionou que não conseguira distinguir a imagem perfeitamente. Via apenas o vulto, agora bem mais nítido, óbvio, mas apenas um vulto deitado, mas pode perceber que o homem estava demasiado bem vestido para ser um bêbado que ficara jogado ao leu pelas ruas. Aproximou-se um pouco mais e se encontrou a mais de três metros do entulho.
O Medo agora sobressaltara-se sobre seu corpo e tomou conta de suas pernas e ali paralisada na penumbra da noite, não sabia o que fazer e nem ao menos a quem recorrer. Não sabia se ele estava morto, teria que se aproximar o máximo que o medo permitisse para de fato comprovar se estava realmente convicta de seus pensamentos. O homem, não era tão velho, não obstante jovem e poderia ter uns quarenta anos de idades, assim supunha a velha. Se possuía cabelos brancos? A imagem dos olhos dela, ainda desfocada, não lhe dera muitas definições do corpo horizontalmente apresentado. Contudo, o homem portava um sobretudo em meio tom cinza, os sapatos aparentemente bem engraxados eram pretos e brilhantes, também estava com chapéu muito galante, sobreposto ao seu lado esquerdo.
A visão que estava tendo só lhe permitia olhar o lado esquerdo do homem, havia um relógio em seu pulso, um relógio realmente bonito. Foi se aproximando aos poucos e com cautela foi podendo ter um visão mais ampla e bem mais detalhada. Agora podia perceber que ele tinha sim, os cabelos grisalhos, e apesar de estar no chão, deitado, naquela noite de ventania, permaneciam fiéis à um penteado fino e lambido para às suas costas. Podia ver, agora, que ao lado direito do homem havia apenas uma garrafa de Vinho e uma rosa, que continha um vermelho tão vivo, que a velha não saberia explicar como conseguira permanecer naquele tom acetinado numa noite tão fria e úmida.
Ela se absteve um pouco, um décimo de segundo e seu coração dessa vez pulsara de alívio, talvez, mas agora batia aceleradamente e poderia ir para casa tranquilamente. Havia uma garrafa de Vinho ao lado do homem, obviamente que ele estivera comemorando com alguns amigos e bebera tanto que o seu corpo não sustentara o teor de álcool consumido.
Dava agora para ouvir o vento que soprava nas janelas ao leste da Rua Norte e as luzes densas dos postes clareavam um pequeno trecho de luz sobre a rua ladrilhada.
A mulher avançou, novamente, com cautela para próximo do homem e o medo por fim cessou e pôde enfim caminhar até o obstáculo grande e carrancudo que tanto lhe botara medo. Ouviu-se silvios e miados ao longe, mas ela estava acostumada com aqueles barulhos noturnos, e nem isso poderia botar-lhe mais medo quanto sentira até ainda há pouco.
Chegou ao corpo e com um baque deu-lhe um chute nas costelas com as pantufas imundas de gordura. Ouviu-se um estalido e ela sentiu vontade de gritar ao ouvido do homem mandando-o levantar-se e ir para a sua casa. “Porque estava pensando em fazer isso?”, “quando foi que ela começou a se importar com esse tipo de gente?”, “provavelmente deve ser um desses grã-finos que gastam dinheiros e mais dinheiros com coisas fúteis, enquanto ela, coitada, morava naquele fétido casebre que o marido deixou a ela antes de morrer.” A Velha agora, em vez de medo sentira nojo e desprezo pelo homem ali presente e sentiu de súbito uma enorme vontade de dar-lhe uma outra chutada
Pack!!!
O chute dessa vez havia surtido efeito, o impacto que o corpo sofrera fez com que a cabeça virasse para o lado em que ela estava. A velha desviou o olhar no mesmo intanste em que ouviu passos ao longe e tinha certeza de que não eram passos de gatos e muito menos silvios produzidos pelo vento. “Tinha alguém ali, presenciando a cena? Xeretando também? Observando o que ela iria fazer?”, “pois que fique claro que ela não era nem uma ladrona, disse à si mesma, e se perguntou se a pessoa ia chamar a policia...” Se reteve ao lado do corpo e não prestara atenção que a cabeça do homem tinha se virado pois estava submersa em pensamento de que havia alguém nas espreitas lhe xeretando, querendo lhe prender – no mínimo um surto, pois só o que ouvira foram passos.
Virou novamente para o corpo inerte e soltou um grande grito; um grito tão agudo que nem as suas velhas cordas vocais saberiam explicar como conseguira saltá-lo. Ele estava lá, olhando para ela. Os olhos abertos e desfocados, as pupilas estavam extremamente dilatadas, uma pálida e seca pele sob o sobretudo cinza. Havia um bigode sobre o nariz achatado e o mais espantoso de tudo, havia um colarinho entre a gola do sobretudo e uma camisa preta. O crucifixo com um Cristo em tom de bronze estava preso ao bolso esquerdo de sua camisa preta. Sim! Era um padre que estava ali, naquele escuro, deitado, bêbado, sem forças nem ao menos para chegar à sua capela, sem um pingo de vergonha e quebrando, provavelmente diversas leis sacerdotais.
Não, mas não estava bêbado, e não foi o próprio corpo que o fizera despencar no chão. Estava morto, alguém o matara e o deixara ali e a velha senhora soube por um súbito pensamento que o assassino estava espiando-a, na esguelha.
A Velha deu passos para trás em choque e tropeçou no próprio carrinho, que esquecera, derrubando tudo que era tralha, no momento de medo. Agora as luzes das casas começavam a reascender no meio da noite. “Mas como? Como é possível? Fora assaltado? Claro que não, velha burra, estou vendo aquele lindo relógio! Não me parece que fora machucado, está ilezo, sem feridas, sem sangue, sem marcas de violência...”, a cabeça da velha girava com diversas perguntas assombrosas e sem achar respostas caia cada vez mais na loucura que acabara de presenciar.
Os cortinados xadrezes das casas tinham brechas, que mostravam olhos esbugalhados contendo os olhares para a rua. Cachorros latiam ferozmente entre os cercados das casas. O vento parara de soprar e a velha em choque, não ousara se mover do chão.
Não havia mais nada para se fazer, não havia mais missa para se rezar, o padre estava morto. Morto e abandonado naquele chão imundo. Como se fosse um ninguém, um esmoleu, que padeceu até o ultimo instante da morte. Não, não padeceu, foi retirado de si a própria vida.
O restante da noite foi difícil para os moradores, que não pregaram os olhos de assombro, na expectativa de saber o que acontecera de fato, mas o medo de meter-lhes a pura e bonita vida em apuros os reteram todos em suas casinhas mal cuidadas pelo tempo presente. Viam-se viaturas militares em cada canto que cercava as esquinas da Rua Norte com a Rua Grisólia e não, não havia mais aquele sentimento de imensa solidão, pois havia pessoas demais entre as ruas. Comunicando-se umas com as outras, pessoas fardadas, com armas, fumando, chamando mais reforços policias, chamando legistas, chamando a mídia, procurando mais informações sobre o corpo falecido e tentando de uma forma ou de outra sugar informações da pobre senhora que estava em estado de choque e que tivera a má sorte de se encontrar naquele momento, na silenciosa Rua Norte...

( Há algum tempo ando trabalhando nisso e realmente é algo complicado. Nos envolve e nos tormenta ao mesmo tempo. Acho bacana ter iniciado e acharei um máximo quando conseguir terminar. E postei esse inicio para vocês, meus amigos imaginários. Espero que gostem)

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