quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Uma de carnaval!


A luz mortiça do velho poste à esquerda adensava sombras na rua deserta. Tudo estava num profundo silêncio e em rara calma. Nem parecia que estavamos naquela data do ano, que tamanha contradição. De repente, porém, na esquina da larga rua apareceu um amontoado de vestes. Vultos com volupiosas roupas, todos em extase, pulando, mostrando os largos risos em suas faces. Todos mostrando que aquela situação merecia um pouco mais de brilho e esplêndor.
Era fevereiro e os blocos carnavalescos se juntavam para comemorar o carnaval. Samba, risos, brilho e muitas, muitas pessoas. Pulavam e brincavam umas com as outras, viajando num mundo paralelo, com aquelas vestes tão engraçadas. A comemoração, era de fato, muito animada, apesar das discursões dos patetões que não sabem beber, que ocorriam na maioria das vezes por motivos triviais.
O bloco que invadira a tão silenciosa rua fez com que a mesma se transformasse em um palco de risos e cores: palhaços, bailarinas, anjos e capetinhas, pessoas dos mais diversos tipos extravasam aquele tão encantador sentimento de liberdade. Afinal, era Carnaval.
O bloco ia festajando até então, até que quase chegando na esquina: O que há? Por que a marchinha parou? Por que o riso cessou? Por que o silêncio retornou, apesar da presença de tantas pessoas? Uma criança, tão angelical, tão doce, tão pequenina, estava sendo velada. Seu corpinho pálido em volta às vestes claras. O caixão era branquinho, assim como suas vestes. De fato, um anjinho! A morte? Ninguém sabe dizer o que foi. Pelo menos quem estava no bloco não sabia o que havia acontecido. Ficaram todos, sem excessão de nenhum, parados e comtemplando aquela criança que havia partido tão cedo e talvez nem soubesse o que era festejar o carnaval. Todos ficaram num momento de consternação, lúgubre. Até que começaram a andar em rumo à proxima esquina. Todos de cabeças baixas, sem nenhuma marchinha de plano de fundo, apenas passos!.
A melindrosa do outro lado da rua, de repente, deu um pulo e começou a festejar. A marchinha retornou, os risos, a alegria e o esplendor. Era carnaval, alegre-se!. Brilhe! Porque carnaval é carnaval.

(Creio que entre carnaval e valores da vida a única semelhança entre os dois é que celebram alegria do ser humano. Celebre, não só no carnaval, mas em todos os momentos da vida. Mas leve a sua vida a sério. Não deixe que uma mera data do ano estrague tudo aquilo que você é. Que ela não faça você esquecer que tem pessoas que gostam de você. Então preserve-se no carnaval... Eu pensei em um bêbado atropelando a matar a criancinha. Mas prefiri que não)
Acho que é isso... abraços meu amigos quase imaginários!.

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